Foi ao ar no último domingo o episódio final da oitava temporada de Walking Dead. Sei que atualmente faz parte da etiqueta de textos sobre o audiovisual avisar anteriormente sobre spoilers. Portanto, já o faço aqui. Se ainda não assistiu ao capítulo em questão ou não quer saber sobre que rola no seriado, pare a leitura agora. Daqui em diante, esteja ciente que é por sua conta e risco.

O esperado final da Guerra Total chegou. E foi uma puta broxada. O único lance surpreendente foi a traição de Eugene ao grupo de Negan. Esse foi o ponto positivo de um roteiro essencialmente preguiçoso.

O desfecho de Negan e seu grupo está longe do que um vilão tão importante para a série exigia. Até a briga entre Rick e seu antagonista foi chocha. Em episódios anteriores, tivemos cenas mais quentes do que a luta final. Quem não se lembra da tensão de quando o grupo de Negan invade Alexandria e a tigresa de Rei Ezekiel surge triunfalmente para mudar a história? Ali sim houve impacto.

As cenas que deveriam conter essa dose de surpresa foram incrivelmente insossas. O ataque das mulheres ilhadas foi todo desperdiçado. Não transmitiu todo potencial dramático que prometia. Uma pena.

As inconsistências da história também são muitas. Então agora a Jadis vai tranquilamente viver em Alexandria depois de todos os conflitos com o Rick? Não é razoável.

Vamos agora falar de Maggie. Faz todo sentido ela se revoltar contra Rick e Michonne pela não execução de Negan. Poucos perdoariam a crueldade do líder dos Salvadores contra Glenn. Também é compreensível a revolta de Daryl. Seu perfil nunca foi conciliador. Mas, e Jesus? Depois de todo seu discurso humanista e de defesa da vida não é verossímil ele se tornar um conspiracionista.

A hipótese que surge com mais força é que estão tentando dar um fim à Maggie, principalmente depois que a atriz Lauren Cohan tretou publicamente por questões salariais. Transformar a personagem em vilã é um atalho para resolver esse problema.

Deixei a questão do Morgan para o fim. Mesmo quem não acompanha Fear The Walking Dead deve assistir ao primeiro episódio da quarta temporada. É praticamente um episódio da série mãe. Conta inclusive com participações de Rick, Carol e Jesus. Sua chegada ao novo universo foi interessante. Estou curioso para ver o desenrolar.

Voltando ao Walking Dead, o mais prudente seria terminar a saga ao final da oitava temporada. Por mais que o gibi vá adiante e ultrapasse os dramas da Guerra Total, a impressão é que a trama televisiva se esgotou. A reinvenção na nona temporada terá que ser muito incisiva para que se justifique. Os roteiristas terão esse vigor criativo? Pelo que vimos na temporada encerrada é que não.

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