Tudo em Copa do Mundo é de dar frio na barriga. Começa quando os times entram e campo e tocam os hinos. Ali você percebe que a coisa é séria.

Campeonato curto, em que você joga de três a sete partidas. Mas se tem uma fase que me deixa mais ressabiado que a média, é justamente essa em que o Brasil enfrenta hoje a Bélgica. A tal das quartas de final é dose.

Essa é a nona Copa do Mundo que acompanho. Nasci em 1979. Da competição de 1982, me recordo apenas das movimentações familiares para os jogos e das figurinhas dos jogadores que vinham no chiclete Ping Pong. Logo, o torneio de 1986 é quando eu, de fato, começo minha trajetória em Copas do Mundo.

E adivinhe em que fase o Brasil caiu naquele ano? Isso mesmo, justamente nas quartas de final. Na dramática partida contra a França, com Zico batendo o pênalti marcado no segundo tempo nas mãos de Bats, goleiro francês. A trágica disputa por pênaltis que seguiu a prorrogação decretou o fim do sonho brasileiro daquela Copa.

Em 2006, também caímos nas quartas de final. E novamente contra a França. A derrota por 1 a zero contra o time de camisa azul ficou marcada pela infame ajeitada no meião do lateral-esquerdo Roberto Carlos. Até acho que ele é injustamente sacrificado por esse lance, mas a história de uma Copa do Mundo sempre é talhada de injustiças. A vida é dura.

No torneio seguinte, em 2010, novamente sucumbimos nas quartas de final. Dessa vez, o algoz foi a Holanda. A partida foi marcada por uma saída em falso do goleiro Júlio César e da imprudência violenta de Felipe Melo. O time da bela camisa laranja seguiu até a final quando terminou vice-campeã, perdendo o último jogo para a Espanha na prorrogação.

Tirando os dois títulos (1994 e 2202), caímos uma vez nas oitavas de final (1990), uma na semifinal (2014) e outra na finalíssima (1998). Logo, tenho razões histórias e estatísticas para temer as quartas de final.

Que a Bélgica não reforce esse meu medo e o consolide em trauma para 2022. Vai pra cima deles, Brasil! E garantam nosso churrasco na próxima terça-feira, por favor.

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