Neste fim de semana, o restaurante Panela Mágica abre as portas para a produção artesanal das etnias Waurá, Kamayura e Mehinako, do Alto Xingu. Gravuras de Marcelo Solá, doadas pelo artista, também serão vendidas no local e a verba será revertida aos indígenas, que estão em Goiânia fazendo o Curso de Formação Superior de Educação Intercultural Indígena da Universidade Federal de Goiás.

A exposição será entre 8h e 16h e estarão disponíveis para venda peças em cerâmica como panelas, vasos e esculturas de animais; esculturas também em madeira, esteiras de buriti, cestos, colares e pulseiras. Ao todo, serão expostas de 50 a 60 peças de tamanhos e formas variadas. As peças também podem ser utilizadas no dia-a-dia, como os jogos de café, pois são curadas em Mawãtá, uma planta que misturada ao carvão serve para impermeabilizar as peças. Os preços vão de R$ 50 a R$ 800 e o pagamento pode ser feito em dinheiro, cheque, ou transferência eletrônica.

A Formação Superior de Educação Intercultural Indígena da Universidade Federal de Goiás existe desde 2007 e surgiu como uma demanda dos próprios indígenas para se capacitarem como professores. Hoje, conta com cerca de 300 alunos pertencentes a 25 etnias das regiões Araguaria-Tocantins e Parque Indígena Xingu. O curso é realizado por etapas, que acontecem quatro vezes ao ano: em duas delas, os professores vão até as aldeias e, em outras duas, são os indígenas que se deslocam até Goiânia, onde ficam hospedados por quarenta dias a cada etapa.

Até 2017, os alunos contavam com a regularidade da Bolsa Permanência do MEC. Em 2018, porém, muitos alunos tiveram suas bolsas cortadas ou não regularizadas pelo ministério. Além disso, novos cadastros para os alunos de 2017 e 2018 não foram concretizados. Atualmente, eles contam com a ajuda da Universidade Federal de Goiás para a alimentação, almoço e jantar, os quais são disponibilizados por meio do Restaurante Universitário.

O artista plástico Marcelo Solá também se sensibilizou com a causa e doou duas serigrafias para serem comercializadas na exposição do Panela Mágica, a preços bastante atrativos. O dinheiro arrecadado com a venda das obras será repassado integralmente aos indígenas. As serigrafias, de 100 cm x 80 cm, fazem parte de uma série de 2018 de apenas trinta impressões em cores sobre papel fabriano 300g. Os exemplares são numerados e assinados pelo artista.

O povo Waurá é falante de uma língua pertencente à família Aruak e habita a Terra Indígena do Xingu, localizada na região Centro-Oeste, no Estado de Mato Grosso, com 2.790.491 hectares. A sociedade Waurá se divide em três aldeias: a maior é denominada aldeia Piyulaga, que fica à margem do Rio Batovi, no município de Gaúcha do Norte, na região do Alto Xingu, onde vivem cerca de 350 pessoas. Eles confeccionam e usam as suas próprias panelas, produzindo e valorizando diferentes tipos de cerâmica dos antepassados e ao mesmo tempo, criando novas formas e objetos.

EXPOSIÇÃO DE ARTE INDÍGENA

Dias 21 e 22 de julho, sábado e domingo

Horário: das 8h às 16h

Local: Restaurante Panela Mágica, Rua 3, 773, Setor Oeste.

Telefone: 62 3223-6604

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