Tem gente que acorda e vai olhar as mensagens no WhatsApp. Outros, as redes sociais e curtem umas fotinhas no Instagram. Os mais tradicionais preparam um café da manhã para a família. Minha rotina não passa por aí. Eu checo a lista de coisas que tenho para fazer no dia.

A verdade é que só consigo viver com uma lista em mãos. Para tudo o que você imaginar. A pauta do dia. Da semana. Da viagem. Dos gibis para comprar. Dos que já comprei e agora esperam na estante a leitura. Do próximo supermercado. Da próxima ida aos atacadistas de Campinas. Dos pratos que vou preparar para os almoços dos finais de semana vindouros. Tudo esquematizado, tudo hierarquizado.

Culpo minha péssima memória pelo hábito. Eu me esqueço de tudo que tenho que fazer. Tudo mesmo. Nada me constrange mais do que minha incapacidade de lembrar do óbvio.

Por isso, há uns 20 anos, comecei a anotar as coisas a fazer em uma agenda de papel. Quando migrei para a agenda do celular, as listas ficaram mais específicas, com um objetivo mais determinado. A agenda eletrônica é reservada para uma pauta mais geral, tipo contas a pagar e reuniões de trabalho. As listas de papel hierarquizam a hora que farei tais coisas com a rotina ordinária do dia a dia.

Para dar uma ideia do nível de detalhamento que chego, a de hoje inclui abastecer o carro, comprar uma ferramenta no ferragista (que tem sua própria lista que elenquei como prioridades conforme pinta disponibilidade de orçamento), colocar o lixo para fora, assistir a um filme de noite (que, naturalmente, também tem sua própria lista ordenando a sequência em que os vejo).

Ando no carro com a lista no banco de passageiros e com uma caneta no bolso para riscar o que já foi executado. O prazer quase orgástico de cumprir um objetivo e riscá-lo da lista é algo indescritível. #recomendo

Semana que vem, entro de férias (ufa!). E tenho uma viagem planejada. Minha diversão momentânea está sendo organizar a lista do que farei em cada dia de viagem, o que pretendo comprar e sua ordem de prioridades.

Sei que tem gente que vai desdenhar do meu assumido TOC. Não vejo isso como problema. Não acho que esse hábito prejudique meu viver. Muito pelo contrário. Sinto firmeza e sei o que vem na sequência. Isso me conforta e impede que eu me sinta desperdiçando tempo.

Tenho dó de quem não sabe o que vai fazer na hora seguinte. Errantes. Não sabem como é bom ter tudo planejado até a Copa do Mundo… de 2026.

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