O Vila Nova entrou em campo com o 2º pior ataque da Série B. Inconstante, visitou e saiu do G4 diversas vezes.

O tigre tem uma campanha pífia como mandante. Compensa conquistando pontos na casa de seus adversários e com uma defesa sólida, a melhor da competição. O colorado é assim, um time bipolar como Clark Kent.

O Goiás vem de uma campanha de recuperação fantástica. Saiu da zona de degola para o G4  nas mãos de Ney Franco. O time conta com uma dupla de ataque inspirada. Michael acerta quase tudo o que faz. Lucão espirra e a bola entra no gol. Giovanni foi reposicionado dentro de campo e Cajá parece menos sacrificado, tendo mais espaço apenas para criar as jogadas e capitanear as bolas paradas . Marcar não é com ele.

Ocorre que, neste passado recente, o Vila Nova parece enfrentar um campeonato a parte nos jogos contra o esmeraldino. Não importa a fase dos times, o Vila se transforma, vira outro. Hemerson  Maria parece ter encontrado o caminho das pedras contra o Goiás.

E não podemos falar do clássico sem citar Alan Mineiro.

Já são 5 gols contra o maior rival. O jogador, criticado pela torcida pela queda brusca de rendimento no campeonato do ano passado, de volta ao Vila após amargar o banco de reservas no Fortaleza, atual líder da competição, deve ter uma motivação a mais em clássicos.

Pena que falte todo este dinamismo a ele em outros jogos. O colorado do meio pra frente normalmente é preguiçoso e previsível. Sobrevive de suas bolas paradas para fazer os gols. Perdeu pontos importantes recentemente contra equipes da parte de baixo da tabela.

Vencer o Goiás devolveu a esperança para a torcida. Belo jogo, com amplo domínio de posse de bola, finalizações e uma atuação também inspirada de Pasinato debaixo das traves. São dois pontos da faixa de classificação para a próxima Série A.

Mas Alan Mineiro não pode ser apenas a kryptonita do Goiás, que apesar da campanha de recuperação está longe de ser um Superman. É preciso achar mais pontos em casa, melhor o poderio ofensivo para que o acesso aconteça.

A Série B não perdoa times autistas.

João Paulo Daher

 Advogado e cronista esportivo.

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