Definidas as chapas que vão disputar a presidência do Brasil e o governo de Goiás, a dúvida que martela a cabeça das equipes de campanha é saber se o pleito de 2018 será diferente dos anteriores.

Vou começar pelas nuances goianas. Ronaldo Caiado lidera com estabilidade as pesquisas de intenção de voto há um bom tempo. Embora tenha um nome forte e tradicional na política, o senador não goza de estrutura partidária suficientemente ramificada se compararmos aos seus dois principais adversários. O DEM, desde quando ainda era PFL, é um partido pequeno em Goiás. No momento em que Marconi Perillo tungou quase todos prefeitos que apoiavam Caiado, o partido perdeu força e vive da força pessoal do senador.

José Eliton e Daniel Vilela estão longe de serem conhecidos como é Caiado. Por outro lado, suas máquinas partidárias são robustas. O lado de Eliton está há 20 anos no governo do estado e tem a maioria dos prefeitos goianos como exército. A militância do (P)MDB, por outro lado, exibe resiliência por conta dos longos anos de oposição e está doida para voltar ao Palácio das Esmeraldas.

Se a tradição for mantida, Ronaldo Caiado não suportará a pressão das estruturas partidárias. Vai sofrer mais uma virada e sairá derrotado do pleito, como aconteceu em 1994 – ocasião em que liderava as pesquisas para governador e não conseguiu chegar ao segundo turno.

No cenário nacional, a situação é semelhante. Nos cenários onde o devaneio petista acerca da postulação de Lula não é considerado, as três candidaturas com maiores índices nas pesquisas eleitorais não gozam de partidos com raízes espalhadas Brasil afora. Jair Bolsonaro, Marina Silva e Ciro Gomes contam com a própria imagem. E mais nada. Quem de fato tem estrutura está com percentuais modestos.

Geraldo Alckmin e Fernando Haddad têm fé de que, quando começar o embate na rádio e televisão, a coisa vai se reorganizar, com os tradicionais antagonistas encabeçando o processo. Nessa perspectiva, os partidos que rivalizam o pleito nacional desde 1994 escanteariam os três nomes que hoje lideram as pesquisas.

Vale lembrar o caso de Henrique Meirelles. Ele tem estrutura partidária. Mas nada confiável. Parece que nem o próprio MDB leva sua candidatura a sério. Ao que indica, repetirá o que aconteceu com Ulysses Guimarães em 1989 e Orestes Quércia em 1994, quando os candidatos emedebistas passaram vergonha.

As redes sociais podem sobrepor a mídia tradicional? A força dos nomes vai pesar mais que a dos partidos? O número de likes será mais decisivo do que o quantitativo de prefeitos? Nas respostas dessas perguntas estão o nome do futuro governador de Goiás e do presidente do Brasil.

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