Caso você consiga tirar a paixão e seu coração do jogo político (e se me permite um conselho, é uma coisa sábia a fazer), dá para se divertir bastante com os caminhos das eleições brasileiras desse ano. Pode dizer qualquer coisa, menos que o processo está chocho. A emoção transborda. A cada pesquisa divulgada, a cada sabatina, a cada debate, a cada desenrolar, o imponderável mostra sua face.

A última pesquisa Datafolha divulgada ontem pela Rede Globo e Folha de São Paulo aponta alguns caminhos. Ciro Gomes e Fernando Haddad cresceram acima da margem de erro. Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin, dentro. Marina Silva caiu além da margem. E o cenário que se desenha é novamente o embate entre candidatos que representam os espectros da direita e da esquerda. Tal qual vem acontecendo desde 1989.

O que difere no momento é que, talvez, PT e PSDB não sejam os protagonistas dessa disputa. Se isso realmente acontecer, os desgastes da Lava Jato teriam pesado mais para os nomes vinculados aos partidos que encabeçam as eleições brasileiras a partir de 1994.

A entrega definitiva do bastão de Lula para Haddad e o odiento ataque a Bolsonaro não mostraram poder real de mudança nas intenções do eleitorado. Ainda. Temos muita água para passar debaixo da ponte nos próximos 26 dias que nos separam das urnas.

No cenário local, a emoção se concentra na disputa ao Senado Federal. Marconi Perillo, Lúcia Vânia, Vanderlan Cardoso e Jorge Kajuru. Quatro nomes para duas vagas. Todos têm chances reais de vencer. Guerra de foice no escuro. Impossível arriscar algum prognóstico.

De acordo com a última pesquisa Serpes divulgada no domingo pelo O Popular, a eleição para governador vai em caminho oposto. Com tranquilidade pouco usual, tudo indica uma resolução já no dia 07 de outubro. A última vez que tivemos isso em Goiás foi em 2002, quando Marconi venceu Maguito Vilela no primeiro turno. Como a campanha de rua, debates, sabatinas e espaço de televisão e rádio não foram suficientes para desidratar Ronaldo Caiado, tudo leva a crer que o candidato do DEM seja governador pelos próximos quatro anos.

Com a eleição para o Palácio das Esmeraldas embebida em anticlímax, para quem quer adrenalina, o lance é focar nas campanhas para presidente e senador. Só os de coração forte sobreviverão.

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