Muita gente está votando no 17 pela única razão de querer acabar com o 13. Compreensível. A lista de burradas do PT no período frente ao Governo Federal é imensa. Roubalheira, pautas históricas de esquerda ignoradas, alianças espúrias, péssima gestão econômica, discurso falido de nós contra eles.

E o pior de tudo: ausência completa de autocrítica. Não pedir desculpas por tudo é imperdoável. Botar a responsabilidade de todos erros nos outros é inaceitável. Grande parte da barafunda que estamos vivendo hoje é legado real do governo do Partido dos Trabalhadores.

No repúdio ao PT, concordo com o eleitor de Jair Bolsonaro. Não voto 13 no primeiro turno. Tenho outras boas opções que comportam minha visão de mundo sem essa carga negativa que o Partido dos Trabalhadores carrega. Como no segundo turno somos obrigados a escolher o menos pior, talvez seja levado a digitar 13 na urna. Inteiramente a contragosto. A vida é dura.

Como proletário que sou, defendo os direitos trabalhistas. Férias, FGTS, licença maternidade e, é claro, o décimo terceiro salário. Pra mim, tudo isso é coisa séria. Mexer com isso é mexer em algo que acredito piamente.

Votar no 17 é acabar sim com o 13. Só que não é do PT que falo. Trata-se daquele 13 que tem um indicador ordinal ao seu lado. O nosso querido 13º salário. E, de lambuja, perderemos também o adicional de férias. Respeito legal ao puerpério? Talvez a chapa de Bolsonaro pense que isso seja coisa de comunista.

A fala do General Mourão no Rio Grande do Sul foi sincera ( https://www.youtube.com/watch?v=NPJybGdO5O0 ). É aquela a visão de mundo do militar da reserva que agora é político. Vale destacar que a contradição contida no discurso do Mourão é gigante. Afinal de contas, como funcionário público, ele sempre teve esses benefícios. Ainda os têm até hoje, como aposentado. Seria de bom tom começar dando o exemplo e abdicar do que não considera justo.

Mourão é alguém que assumidamente goza de respeito frente Bolsonaro. Quando o candidato manda o vice ficar na sua, não é obedecido. Morão já havia recebido a recomendação de ficar quieto. Não o fez. Evidente. Na lógica militar, general bate continência para capitão?

A resposta de Jair Bolsonaro dizendo que o 13º tem garantias constitucionais não se sustenta. Sua própria chapa já se manifestou a respeito. Lembra-se de quando Mourão disse que seria necessário fazer uma nova Constituição sem a presença de parlamentares eleitos? Pois é. Tirar os benefícios trabalhistas do texto constitucional seria moleza dessa forma.

Fique ligado: votar no Bolsonaro pode representar o fim do único 13 que você gosta, aquele salva umas belas contas no último mês do ano.

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