Enquanto tento me conformar com a provável e dolorosa realidade de que teremos que escolher entre os zumbis de 1964 ou os zumbis de 2002 no segundo turno no final de outubro, vou falar agora dos monstrengos que me interessam mais: os do universo do Walking Dead.

Domingo, após votarmos nos zumbis mais perigosos, teremos a volta do seriado em sua nona temporada. Já se sabe que dessa vez o protagonista não escapa. Quem acompanha tem consciência de que Rick Grimes vai morrer nessa leva de episódios.

O ator Andrew Lincoln entregou os pontos e pediu para sair. Compreensível. Ficar tantos anos preso no mesmo personagem limita sua carreira. Além disso, ele é inglês, reside em seu país natal e fica por meses nos Estados Unidoslonge de casa devido compromissos profissionais. Uma hora o cara fica de saco cheio. E ficou.

Eu acho que o seriado deveria terminar sua saga com a morte de Rick. Mas percebo pouca probabilidade que isso aconteça. Encerrar a história junto do fim de seu protagonista daria um fechamento digno à série. O problema é que os cifrões envolvidos são vultosos. Se Andrew não quer mais viver Rick, direito dele. Isso não impede que a roda continue girando desse inegável sucesso comercial.

Pensando sob outra perspectiva, pode ser a oportunidade da série televisiva romper de uma vez por todas com a história dos quadrinhos, na qual a trama é baseada. Carl já morreu na TV, o que não acontece no gibi. Rick partindo agora, diminui a quase nada os vínculos entre televisão e HQ. Pode ser um renascimento da saga. Ok, sei que essa é uma ótica otimista. Na real, creio que a decadência da história seja mais provável.

Prova disso é a pasmaceira em que se encontra a série coirmã de Walking Dead, a Fear the Walking Dead. A quarta temporada que terminou nessa semana é constrangedora. Os acasos envolvidos são inverossímeis além da conta. Tudo bem, sei que pedir verossimilhança de uma história que parte do pressuposto que mortos comem literalmente vivos é demais. Mas não precisa abusar. Ganhar na Mega Sena uma vez na vida é difícil, porém aceitável. Agora, uma Mega Sena por episódio é forçar a barra. As coincidências que salvam o grupo de Fear the Walking Dead estão nessa categoria. Todo dia uma Mega Sena. Haja paciência para acompanhar a história.

Se Walking Dead surpreender na nona temporada, mérito colossal da equipe de roteiristas e diretores. Por outro lado, caso repita o enfado em que se encontra Fear the Walking Dead, a série se transformará em um zumbi daqueles mais chatos. Que grunhe, grunhe e grunhe, mas não sai do lugar e não oferece emoção alguma.

 

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