Com a presença do chanceler Aloysio Nunes Ferreira, o Ministério das Relações Exteriores lançou nesta quinta-feira, no Palácio Itamaraty, o projeto Brasil em concerto. Este projeto é uma parceria do Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores com a Orquestra Filarmônica de Goiás, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e a Academia Brasileira de Música. O objetivo da iniciativa é divulgar e preservar o repertório sinfônico nacional. Ao longo de cinco anos serão gravadas 100 obras sinfônicas brasileiras em 30 CDscom distribuição mundial pela gravadora internacional Naxos.

Para o ministro Aloysio Nunes, este projeto vai marcar a música brasileira. Sobre a gravação das obras de Claudio Santoro, já iniciadas pela Filarmônica de Goiás, ele destacou: “ Santoro é um dos músicos mais importantes do Brasil cujas obras monumentais não tinham sido gravadas”.

Gustavo Duarte Barbosa, chefe da divisão de operações de difusão cultural do MRE , destaca que a situação em que se encontra o patrimônio cultural brasileiro atualmente é difícil e por isso a iniciativa “Brasil em Concerto” torna-se tão importante. “ A falta de gravação das obras sinfônicas brasileiras representa um entrave para a promoção deste nosso patrimônio cultural. O projeto selecionou criteriosamente as obras para demonstrar que há uma tradição longa de composição no país. Esta iniciativa permite que não só o exterior tenha uma visão mais completa de nossa produção, como também que os próprios brasileiros tenham acesso a esse patrimônio.”

A cerimônia de lançamento do projeto contou com uma apresentação da Orquestra Filarmônica de Goiás interpretando obras de Edino Krieger (Passacalha para o Novo Milênio e Canticum Naturale) e Cláudio Santoro (Sinfonia nº 7, Brasília). Este concerto também marcou os 90 anos de Edino Krieger e abriu as comemorações do centenário de nascimento de Cláudio Santoro, em 2019. Houve transmissão ao vivo pela Rádio MEC, no Rio de Janeiro e em Brasília.

Durante a noite, a Filarmônica de Goiás também foi condecorada com a Ordem Rio Branco, condecoração destinada aqueles dignos de reconhecimento do governo brasileiro por suas ações.

A produção de música erudita brasileira, iniciada no século XIX e que chega aos dias atuais, ainda é pouco conhecida dentro e fora do Brasil. Muitas das obras de Alberto Nepomuceno, Carlos Gomes, Henrique Oswald, Villa-Lobos, Francisco Mignone, Lorenzo Fernandez, Camargo Guarnieri, Claudio Santoro, José Siqueira, Guerra-Peixe, Edino Krieger e Almeida Prado, por exemplo, ainda aguardavam por gravações com qualidade técnica de nível internacional, associadas à edição das respectivas partituras, muitas das quais inéditas até hoje. O primeiro disco da série, com obras de Alberto Nepomuceno, foi gravado este ano pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e tem lançamento previsto para fevereiro de 2019, em Hong Kong.

Líder mundial de vendas no ramo da música de concerto, a gravadora Naxos possui uma extensa rede de distribuição internacional e plataforma de comercialização online. Reconhecida pelo caráter quase enciclopédico do seu catálogo, e por uma direção artística que privilegia gravações de obras e compositores menos conhecidos, a associação do projeto Brasil em concerto com a Naxos representou um passo fundamental para alcançar a ampla difusão da música erudita brasileira.

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