
(Fotos: Layza Vasconcelos)
Adaptação do conto de Oscar Wilde, o espetáculo “O Príncipe Feliz” será apresentado nesta quarta-feira no CAPS da Região Noroeste às 15h30. no Bosque dos Buritis às 17 horas e na segunda-feira (8/10) às 19h30 no Teatro Cidade Livre, em Aparecida de Goiânia. A peça foi apresentada duas vezes no Teatro SESC, e depois no Bosque dos Buritis e Teatro Cidade Livre. Essas apresentações fizeram parte da circulação da peça que também passou pela Associação de Serviço à Criança Especial de Goiânia e pelo Ponto de Cultura Raio de Sol, em Aragoiânia.
O projeto “Um conto, dois encontros…” é financiado pela Lei Goyazes e tem como proposta promover o encontro do público com o espetáculo tanto no teatro, como fora dele. Ir do centro à periferia, contemplando diferentes públicos. Guiado pela ideia de descentralização cultural, o projeto contempla apresentações em espaços alternativos atingindo, assim, comunidades que não têm acesso a atividades culturais artísticas.
Utilizando-se da linguagem da “palhaçaria” e do teatro de animação, os atores vão falar do encontro entre uma artista de rua que quer o estrelato e está a caminho da cidade do Show Business, com a estátua do Príncipe feliz, que é feliz apenas no nome. Longe dos muros do palácio, foi colocado em um pedestal e pôde contemplar todo o sofrimento de seu povo. Dele se apieda, por ele é mortificado, mas que nada pode fazer para minorá-lo. Para falar deste encontro, o elenco trabalha com comicidade, drama e poesia.
A peça
O espetáculo é uma livre adaptação do conto “O Príncipe Feliz” de Oscar Wilde, escrito em 1888. Mais de 130 anos depois, o conto expressa tamanha atualidade ao falar da natureza humana e de suas máscaras mais primordiais. “Estamos num período de muita polaridade, onde a capacidade de se deixar afetar pelo outro se colocar no lugar do outro, está cada vez mais difícil. Existe uma idealização do que é ter sucesso, ser uma pessoa realizada, uma pessoa que “chegou lá”. O espetáculo, assim, faz um convite ao expectador a se perguntar o que realmente importa para si”, adianta Rita Alves, responsável pela adaptação do conto à dramaturgia.
A plateia pode esperar, assim, um espetáculo onde há o poético, o drama e o cômico para falar do humano. “Queremos, assim, tocar o expectador para que ele possa acessar “lugares” que na correria pela sobrevivência esteja meio esquecido”, comenta Rita. Nas apresentações no Teatro SESC o público também terá acesso a uma instalação, idealizada por Leticia Mastrela, estudante de arquitetura e aspirante a cenógrafa. A ideia, com a instalação, é colocar o expectador em contato com elementos que dialogam com o espetáculo, preparando sua percepção para recebe-lo.
Rita Alves, para adaptar o conto ao espetáculo também usou outros dois contos de Oscar Wilde: “O Rouxinol e a Rosa” e “O Aniversário de Infanta” que, juntamente com o texto de Rutebeuf- Pregão das Ervas do sec. XIII, alguns trechos de poesia de Fernando Pessoa e a poesia “O Bicho” de Manuel Bandeira compõe toda a dramaturgia do espetáculo. A encenação ficou a cargo de José Regino de Oliveira, ator e diretor graduado pela Fundação Brasileira de Teatro.
Sinopse
O Príncipe Feliz, é uma estátua que foi colocada na praça da cidade em homenagem ao Príncipe Feliz após a sua morte. Ao ser colocada na praça, a estátua, que antes vivia rodeada pelos muros altos do palácio e não podia ver para além deles, vê e contempla a miséria do homem e se sentido impotente diante de tanto sofrimento se entristece. A estátua está ali a mais de séculos, e neste tempo viu a cidade sendo abandonada aos poucos pelos seus habitantes que se dirigiam as grandes cidades em busca de melhores oportunidades, deixando a cidade quase deserta. Mesmo a cidade estando quase deserta, toda noite o Príncipe a contempla, do alto de seu pedestal, observando os poucos moradores que ali ficaram, e na sua impotência diante de toda a miséria de seu povo, chora.
Em um dia, ao cair da noite, surge Diadorinha, uma palhaça em busca do estrelato, que quer chegar na cidade do Show Business e se tornar uma grande estrela. Procurando um lugar para descansar ela se depara com a estátua do Príncipe Feliz, e resolve passar a noite ali. No meio da noite Diadorinha acorda pensando que está chovendo quando percebe que é a estátua que chora. Após equívocos e estranhamentos o Príncipe vê, em Diadorinha, a possibilidade para amenizar um pouco o sofrimento de alguns moradores da cidade, fazendo de Diadorinha sua mensageira. Assim, o Príncipe doa o rubi de sua espada para uma mulher que está com o filho doente, um de seus olhos que são safiras raras para um homem que mora na rua e vive a comer restos e o outro para uma menina que vende doces e deixou todos caírem na sarjeta. Diadorinha também ameniza a tristeza do Príncipe, fazendo para ele uma apresentação com um boneco corcunda.
Quando o Príncipe fica cego, Diadorinha, que estava sempre de partida, decide ficar com ele para sempre. Os dois estabelecem uma relação pautada pela poesia e a palhaçaria que vai durar até o final do espetáculo com o Príncipe pobre e nú, pois, doou também todo ouro que existia em seu corpo estátua. Neste momento, Diadorinha vai vesti-lo com sonhos, uma linda capa bordada com todos seus sonhos.
Serviço:
Apresentações de “O Príncipe Feliz”, com Rita Alves e Caco Rodrigues no CAPS Noroeste
Faixa etária: Acima de 10 anos.
Duração: 60min.
Entrada: gratuita
CAPS Região Noroeste
Data: 28/11
Horário: 15h30
Endereço: Rua Vmr esquina com a Rua São Domingos Qd. 33/34 Lt. 01 nº. 01 Vila Mutirão I.