Pesquisar, comparar e negociar. É essa a receita para quem quer realmente aproveitar as promoções da Black Friday e não cair numa possível “Black fraude”. Originário dos Estados Unidos, esse hábito de oferecer super descontos na última sexta-feira de novembro do ano, sempre um dia após o famoso feriado americano de Ação de Graças, tem ganhando cada vez mais força no comércio brasileiro. Mas por aqui algumas promoções nem sempre são o que parece, por isso é preciso ficar de olho.

Especialista em atendimento e gestão, a consultora Fernanda Fleury dá algumas dicas para os consumidores não caírem no apelo de propagandas falsas, que evidenciam preços nada promocionais. Segundo ela, nessa hora, os sites de busca especializados em compras podem ser bons aliados do consumidor. Isso porque, explica Fernanda, alguns deles oferecem a opção de consultar o preço do produto que era praticado há um ano. “O consumidor precisa saber farejar as promoções verdadeiras. Tendo em mente o que se está procurando, o ideal é acompanhar por esses sites algumas semanas antes ou comparecer às lojas para ver os preços normalmente praticados no mercado”, diz a especialista.

A comparação dos valores da Black Friday com aqueles praticados no comércio, no dia a dia, já dá ao consumidor uma referência para concluir se a promoção é ou não vantajosa. Os clientes podem consultar também pesquisas de preço divulgadas antes da Black Friday por órgãos de defesa do consumidor, como o Procon Goiás. “O que importa mesmo é ter uma referência para saber até que ponto a promoção é real e, assim, evitar os prejuízos”, acrescenta Fernanda.

De acordo com a SPIA Consultoria, que faz pesquisas de atendimento com cliente oculto, o maior dano provocado pelas promoções falsas recai sobre o lojista. “Quando o cliente percebe que foi enganado, a credibilidade que a empresa levou anos para construir cai por terra. E essa má fama corre rápido”, conta Fernanda, que é diretora da SPIA. Ela lembra que enquanto um cliente satisfeito faz propaganda para quatro pessoas, o insatisfeito se queixa com outras 17, ou seja, uma imagem ruim gerada junto ao cliente corre rápido no mercado.

Jogo limpo

A consultora diz que o ideal é jogar limpo com o consumidor e lembra que os clientes hoje “têm os preços dos produtos na mão” e, portanto, conseguem detectar rapidamente quando uma marca ou empresa tenta maquiar o preço de um produto ou serviço. “Quando uma empresa quebra o elo de confiança com o consumidor, ela perde não só aquele cliente, mas muitos outros”, esclarece a diretora da SPIA.

Na Black Friday, o consumidor pode comprar com descontos vantajosos tanto em lojas físicas como nas virtuais. A edição realizada em 2017 registrou, só no comércio eletrônico, 2,23 milhões de pedidos, segundo o site blackfriday.com.br, ligado à empresa organizadora da ação promocional. Influenciado pela Black Friday, esse volume de transações abrangeu, em um único dia, quase 3% de todos os 111,2 milhões de pedidos catalogados no país em todo o ano passado, conforme levantamento da consultoria digital Ebit.

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