De volta. Depois de alguns dias de descanso, para mim e para você, nobre leitor, aqui estou novamente com meus textos e elucubrações. Não viajei na minha folga. Não por falta de vontade, mas por escassez financeira. Como a maioria das famílias brasileiras, as coisas não andam fáceis no meu orçamento de casa. E como 2019 é uma grande incógnita, a prudência recomendou que poupar alguns reais em vez de ver o mar seria a atitude mais sensata. Fato raro, fui no caminho do superego e não do id.

Não ter pego a estrada não significa que não me diverti um monte nos dias de ócio. Achar distração em casa não é um problema. Tenho livros, discos e filmes o suficiente para me garantir horas e horas de prazer. Li um bom tanto (recomendo História Sexual da MPB de Rodrigo Faour), assisti filmes interessantes (recomendo Filho de Saul de László Nemes), ouvi um monte de som (a lista aqui seria enorme…). Poucas coisas me satisfazem mais.

Além disso, dei uma boa geral no meu jardim. Aparei cerca vivo, cortei a grama, arranquei pragas, fiz podas. Não deu para finalizar o trabalho. Trampo de jardim é igual ao serviço doméstico: nunca acaba. E a chuvarada junto da ventania de sábado desfez um bom tanto do que eu já havia feito. Tranquilo. Tenho “diversão” para uns dois ou três meses.

Também aproveitei para me dedicar a fazer cerveja. Fiz minha primeira Catharina Sour. O primeiro estilo de cerveja brasileiro reconhecido internacionalmente tem suas nuances que demandam mais tempo de brassagem do que outros mais tradicionais, como Ipa ou Stout. A acidificação do mosto leva alguns dias. Como normalmente só tenho tempo de fazer cerveja nos finais de semana, trabalhando fica mais complicado. As férias ajudaram nessa logística. Vou envasar os 30 litros no domingo. Experimentando sua evolução no fermentador, posso dizer que está promissora a cerveja ácida com adição de uma boa carga de melancia. Oremos.

Por fim, aproveitei para passar bastante tempo com a filhota caçula. Como essas foram as primeiras férias com a mais velha está morando no exterior e sei que o tempo voa, rapidinho a prole bate asas, curtir a baixinha teve dose extra de prazer. Assistimos filmes juntos (ela adorou a trilogia De Volta para o Futuro), apliquei ela nos Simpsons (estamos finalizando a primeira temporada) e a coloquei para ler histórias de escoteiros de Huguinho, Zezinho e Luisinho, sobrinhos do Pato Donald.

Se a crise financeira me deu um limão, posso dizer que a limonada que bebi nos dias de férias estava uma delícia.

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