Vi ontem pelo Facebook que a Fósforo Cultural divulgou a programação da 13ª edição do Grito Rock Goiânia. Fiquei feliz que, na base do suor, sangue e amor, a rapaziada continua tocando o evento adiante. Realizado sempre durante o carnaval, o festival é um marco da agenda cultural da cidade.

Tenho relações pessoais e sentimentais com o evento e a Fósforo. Leia com esse crivo em mente, nobre leitor. Por anos me dediquei a ambos. Trabalhava no coletivo cultural quando fizemos a primeira edição do festival em Goiânia. O Grito acontecia em Cuiabá, capitaneado pelo pessoal do Espaço Cubo. Eles tinham o plano de ampliar o evento para outras cidades.

Goiânia estava na lista. João Lucas, meu querido amigo e que ainda dá as cartas na Fósforo, veio com a ideia de fazer o festival no Martim Cererê, no sábado de carnaval. Refutei na hora. Pra variar, eu estava errado e o João Lucas certo.

A agenda do carnaval em Goiânia era um grande vazio. Cidade morta, todo mundo viajando. Calcado nessa concepção, o Carnaval dos Amigos  começou, como ainda é hoje com sucesso, uma semana antes do feriado. Eu compartilhava dessa perspectiva. Com isso em mente, tinha certeza que tomaríamos um enorme prejuízo no festival. Briguei até o último momento contra a realização do festival. Perdi. Ainda bem.

Surpreendentemente não só para mim mas para todos nós da Fósforo, até para os que acreditavam no evento, o primeiro Grito Rock foi de um sucesso estrondoso. Quase duas mil pessoas passaram pelo evento. Nem mesmo a chuva torrencial de todo carnaval que nos deixou ensopados tirou o fôlego do público. A partir dali, o Grito se tornou o segundo evento mais importante da agenda anual da Fósforo, perdendo somente para o tradicional Vaca Amarela.

O carnaval paradão de Goiânia tinha sua graça. Locávamos filmes, íamos pescar, visitávamos os amigos para beber umas… Mas não se compara a hoje. A programação da cidade é farta. Você só fica no tédio caso queira – o que sempre é uma escolha legítima e divertida. Mas hoje é opção, não obrigação.

Tem festival de cinema doidão, bloquinhos nas ruas, programações especiais nos bares, boates prontas para receber com os mais diferentes cardápios musicais. E, é claro, o heroico Grito Rock no Martim Cererê.

Que continue assim.

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