Os quase três primeiros meses de governo Jair Bolsonaro são fartos em polêmicas. De toda ordem. Tem escândalo de corrupção no ministério, tem história estranha com verba de gabinete do filho, tem funcionária fantasma no gabinete do presidente quando deputado, tem rolo no partido, tem demissão de ministro pelo Whatsapp, tem tuíte pornográfico, tem treta com artista, tem canelada em outros poderes, tem enquadrada humilhante em ministro que se achava com carta branca para trabalhar… O cardápio é farto. A verdade é que não dava para esperar nada diferente de um governo capitaneado por Jair Bolsonaro.

Ele sempre foi tudo isso aí.

Quem votou imaginando uma postura distinta da que estamos vendo contava somente com a fé como esteioWhishful thinking. O Bolsonaro na presidência é o mesmo desde sempre.

Aquele que em 1994 entrou em uma comissão da Câmara dos Deputados que discutia a criação da URV, índice de referência que foi usado temporariamente para indexar o Cruzeiro Real que seria transformado em Real, com um saco de plástico cheio de estrume de vaca mole. O hoje presidente ameaçou jogar merda em todo mundo caso sua emenda não fosse aprovada naquela comissão. Com isso, conseguiu garantir aumento da remuneração aos militares sem objeções dos deputados presentes. Compreensível. Quem se colocaria contra com risco de sair da Câmara dos Deputados com perfume de curral?

Jair Bolsonaro presidente é o mesmo Jair Bolsonaro deputado. Tosco, medíocre, grosseiro, limitado. Ele não mentiu sobre seu passado, todos sabiam quem o político era. Votaram nele por que quiseram. E não venham com o argumento de que só por ser contra o PT. Não era.

Isso vale para poucos eleitores no segundo turno. Basta perceber que mais de 46% do eleitorado o escolheu ainda no primeiro turno. Mesmo com 11 opções disponíveis fora o candidato dBraso Partido dos Trabalhadores.

Insisto: votaram no Bolsonaro sabendo quem era Bolsonaro. Queriam alguém como ele na presidência. Não venham pagar de arrependidos agora.

Os liberais que votaram em Bolsonaro por crer que Paulo Guedes teria autonomia para implantar suas reformas, já perceberam que deram com os burros n’água. Uma vez estatista, sempre estatista. A reforma da Previdência subiu no telhado e não há garantias de que passa nos termos que desejava o ministro da Economia. A desidratação será alta. E o principal responsável é o próprio presidente, que não abraçou o projeto como devia. Falta convicção, sobra confusão.

Serão quatro longos anos.

Quatro?

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