Estava saindo da UFG, dentro de uma van que fazia transporte alternativo em Goiânia, no início dos anos 2000. Ao passar no Crimeia Leste, subiu no veículo um velho amigo de infância que eu não encontrava fazia uns 10 anos. Morávamos no mesmo prédio, jogávamos golzinho na rua. Conversamos até o Estádio Olímpico, onde desci da van. Ele seguiria até a Praça Cívica e estava de mudança para São Paulo. Nunca mais o vi. Não sei o sobrenome dele, não o encontrei nos tempos de Orkut e nem no Facebook. Aquele encontro foi a última notícia que dele tive. Coincidência.

Eu ia em tudo quanto é evento de rock alternativo de Goiânia. Durante uns 20 anos, fui figura fácil nesse meio. Conheci minha mulher no Goiânia Noise de 2003. Moramos no mesmo setor durante anos, estudamos na mesma escola, tínhamos mais ou menos os mesmos amigos. Nunca nos trombamos. Só depois, no tradicional festival, fomos cruzar nossos destinos. Coincidência.

Estávamos em família no interior da Paraíba. A cidade de Sousa, quase 450 quilômetros distante da capital João Pessoa sertão adentro, tem como ponto turístico o Vale dos Dinossauros. Depois de vistarmos o local, fomos jantar em um aprazível pizzaria no Centro de Sousa. No local, encontrei uma amiga que estudou inglês comigo no Fisk no final dos anos 1980. Ela havia se casado com um paraibano e montado a pizzaria em que comíamos. Com quase 70 mil habitantes, encontrei uma conhecida goianiense. Coincidência.

O presidente deu entrevistas elogiando milícia baiana. O filho empregou parentes de milicianos. O mesmo filho prestou homenagens legislativas a policiais presos por envolvimento em crimes. O motorista que movimentou de forma suspeita milhões de reais da verba de gabinete do filho parlamentar se escondeu em bairro controlado por milícias. Um dos envolvidos no assassinato brutal de uma vereadora mora na mesma rua no condomínio do presidente. Um dos filhos do presidente teve um namorico com a filha desse mesmo cara que foi preso. Outro envolvido, tem uma foto com o presidente tirada em 2011. Evidências? Não. Até agora, coincidências. Muitas, é verdade. Mas ainda coincidências. 

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