Aleluia, aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleeeluuuia!
Finalmente vou elogiar uma ação desse governo esculhambado de Jair Bolsonaro. Parabéns pela decisão de acabar com o horário de verão, presidente. Merece aplausos.
Em uma semana que tivemos a estúpida e suicida artilharia de Twitter do Carluxo em direção ao vice-presidente Hamilton Mourão. E, somente de ontem pra hoje, cabeça que rolou de gerente de marketing do Banco do Brasil por conta de comercial direcionado ao público jovem, estímulo ao turismo sexual em terras brasileiras e homofobia explícita, o fim do horário de verão precisa ser exaltado.
Um oásis em meio ao deserto de ideias e retrocessos que esse governo materializa.
O horário de verão deixou de ser necessário há pelo menos dez anos. A economia que representava já não era muita coisa há décadas. Por outro lado, a distribuição ao longo do dia da sobrecarga no sistema justificava sua implementação.
Isso deixou de fazer sentido. O final da tarde e início da noite não é mais o pico de consumo do Brasil. Com a popularização dos aparelhos de ar condicionado, o período de alta é o início da tarde, quando eles estão ligados a todo vapor de norte a sul.
A política do horário de verão foi importada para o Brasil em 1931. Não teve sucesso e Getúlio Vargas não a repetiu em 1932. Voltou somente em 1949 e seguiu até 1953. Novo intervalo e esse transtorno voltou em 1963 e permaneceu até 1968. Desde 1985, o horário de verão nos atormenta anualmente desde então. Felizmente não teremos que adiantar os relógios no próximo mês de outubro.
O transtorno social do horário de verão é maior que seus limitados benefícios. A alteração do relógio biológico é real. Parece que acordamos sempre de ressaca. Uma sonolência sem fim.
Compreendo que o Brasil litorâneo perde uma prainha extra durante o verão. Faz parte. Uma redução no número de estupros e roubos na manhã ainda escura nos pontos de ônibus compensa a perda de diversão da galera da maresia.
Parabéns, Bolsonaro! Deixe de ser fiscal de sexo alheio. Largue essa mania de perseguir professor mal remunerado. Esqueça o comercial descolex do Banco do Brasil. São 13 milhões de desempregados que esperam seu trabalho. Acabar com o horário de verão não mexe com isso. Para o comércio, é irrelevante. Não gera emprego, mas, pelo menos, melhora nossa qualidade de vida.
