Peguei a primeira quinzena de julho de férias. Isso explica minha ausência aqui no OQueRola por esses dias. Sim, acabou seu sossego, nobre leitor. Sem grana para viajar, fiquei o período de ócio remunerado em casa.

Foi ótimo. Li um monte, assisti vários filmes, fiz minha composteira no jardim, arrumei umas bagunças que estavam acumulando no escritório, cozinhei muita coisa e engordei alguns quilos. Fiquei mais com minhas filhas. Matei a saudade da primogênita que não mora comigo. Fiz várias atividades com a caçula, o que a correria do trabalho não permite nos dias úteis.

Excelente saldo para pouco gasto.

E o principal: não me informei sobre o mundo. Não fiquei sabendo de nada. Essa é a vida que eu quis.

Tenho uma estratégia particular para me desligar quando estou de férias. Não leio jornais. Não abro sites noticiosos. Não ouço rádio. Não procuro os podcasts jornalísticos que escuto no meu dia a dia.

Tento deixar de ser jornalista desse jeito. Permito que as informações cheguem até mim tal qual faz todo e qualquer cidadão que não depende da notícia para pagar suas contas.

Se alguém manda um link no WhatsApp em um grupo, só leio a manchete. Se estou almoçando em um por quilo de Campinas e a televisão do restaurante está no jornal, ouço o que estão reportando. Sigo a vida assim como estratégia de manutenção da sanidade.

A impressão que tenho é que a Terra parou nessas duas semanas que fiquei propositalmente desligado. Agora é que estou me reconectando com os assuntos que dominam a pauta diária. Para recuperar o tempo perdido, vou sedento aos jornais.

Filho cotado para ser embaixador nos Estados Unidos…

Cartel de combustíveis em Goiânia…

Procurador faturando 400K em palestras contra a corrupção…

Esquerda execrando a jovem deputada revelação…

O Fica com sua continuidade ameaçada…

Último junho foi o mais quente já registrado na história mundial…

Vem cá, não seria possível prolongar essas férias por, sei lá, mais uns 15 anos, não?

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