A gente já sabe que cada rede social tem seu perfil e demanda certo tipo de comportamento do usuário. Isso é um tanto quanto óbvio. Se fossem para ser a mesma coisa, elas não precisavam coexistir.
Sabedor da peculiaridade de cada ambiente, tenho me divertido nos momentos de ócio com um hábito um tanto quanto inútil, mas revelador de personalidades: vejo como uma pessoa se posiciona e o que posta em cada uma delas. Ok, nobre leitor, pode falar, está me faltando é uma pilha de louças sujas para eu dar cabo.
Pior que não falta não. Estou com a pia cheia de panelas com crostas absurdas de gordura para resolver e, ainda assim, estou perdendo tempo stalkeando perfis alheios. Meu caso é sério, eu sei.
Como ajo: estou aleatoriamente em uma rede e uma pessoa me chama a atenção. Pode ser pela qualidade do texto, pela bela aparência, pelo humor sagaz, pela sinceridade atroz. Tanto faz. Basta que me desperte alguma curiosidade. Marco o nome e vou ver como se porta nos outros ambientes virtuais. Parecem pessoas diferentes.
Só o fato de alguém estar super atualizada em uma rede e menosprezar a timeline de outra já diz muito. Muitos sequer têm perfil no ambiente virtual que não condiz com sua personalidade. As gostosonas e bonitões do Instagram poucas vezes têm perfil no Twitter. O yuppie do Linkedin não perde tempo com as groselhas do Facebook.
O mais legal é que quando a gente entra em todas redes sociais da pessoa conseguimos ter uma leitura mais completa do que aquela pessoa quer mostrar de si para a sociedade. Tal qual não é apropriado ir para o escritório de biquíni ou sunga, não é recomendável ficar de biscoitagem no Linkedin. Deixe para sensualizar no Instagram – ali o ambiente é mais propício para exercer sua vaidade sexual.
Em dado momento dessa pesquisa completamente descabida sobre a vida alheia, fui tentar fazer uma auto-reflexão de como me porto em cada rede social. Erasmo Carlos ficaria impressionado com o quanto, na verdade, eu que sou o mais um na multidão que ele cantou.
Meu Linkedin não é atualizado desde que o criei. Na prática, não existe. Dedico meu Twitter basicamente a retuitar agressões engraçadas e memes descabidos. O Facebook mostra um pouco de minhas preferências e meu Instagram vai para o lúdico. Embora use as três redes para divulgar meus trabalhos, acabo me alinhando ao ethos de cada ambiente, tal qual manda a etiqueta.
Eu precisava ser mais criativo, mais interativo, engajar mais o público nas minhas postagens… Mas ando precisando fazer tanta coisa que esse trampo de rede social acaba ficando para depois. Protelação profissional, você encontra aqui.
E, com licença, deixe-me ali stalkear e comparar outro perfil que pintou na minha timeline.