Todo conforto para a família do garoto Arthur

Eu havia acabado de almoçar e escovava os dentes no banheiro. A Andreia entrou com a face assustada e pálida.

– O filho da Bárbara morreu.

– Ãhn???, respondi com a boca cheia de espuma de pasta dental.

– Foi atropelado ali perto do Jaó.

Perdi o chão, o estômago embrulhou e segurei as lágrimas. A Andreia já não segurava mais e chorava. Que notícia desoladora.

O garoto Arthur, de apenas 11 anos, foi atropelado quando andava de bicicleta no Setor Santa Genoveva ( leia aqui ). Ele voltava da escola para casa quando um ônibus o pegou no cruzamento de duas avenidas. Inúmeros sonhos se despedaçaram nesse momento.

Minha família é próxima à de Arthur. Bárbara, a mãe do garoto, foi personal trainer da Andreia. Quando minha mulher começou a praticar corrida, Bárbara era a coordenadora do grupo que se exercitava nas ruas do Setor Jaó. Desse contato, surgiu uma amizade entre elas. Participei de algumas confraternizações de final de ano que Bárbara e Lázaro, seu marido, organizavam. Sempre em alto astral, sempre num clima ótimo.

Eles são dois guerreiros. Pais de quatro filhos, trabalham com esporte das primeiras horas da manhã até o final da noite. Dar conta do desafio de criar uma família numerosa não é fácil. Mas eles seguram as pontas com valentia. Com toda a correria que a sobrevivência impõem, são presentes na vida dos filhos. Heróis da vida comum. Merecem louros. Inimaginável a dor que rasga o coração deles nesse momento.

Esse texto é minha tentativa de reconhecer as virtudes do casal enquanto pais. Um esforço para oferecer um consolo. Um abraço por meio de palavras. Bárbara e Lázaro merecem nosso carinho e reconhecimento. E toda força para superar essa tragédia.

O garoto Arthur, cheio de sonhos, viverá pra sempre na família que o amou de forma incondicional nesses 11 anos de vida. E nesse amor sua vida continuará existindo. Nesse amor, Arthur é eterno.