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Como o Carnaval dos Amigos cresceu, hein?

19 de fevereiro de 2020 Nenhum Comentário

Eu me recordo da primeira edição. Quando vi a divulgação do tal do Carnaval dos Amigos, uma semana antes do feriado propriamente dito, não botei fé nenhuma. Eu já trabalhava no Jornalismo. Alguns colegas de redação foram e falaram que foi divertido. “Deve ter sido mesmo. Qualquer lugar com cerveja em excesso é divertido. Não vai durar nada isso aí”, pensei.

Eu estava redondamente enganado. Só pra variar. Quem diria que em sua 18ª edição a festa atingiria o patamar que vimos no último sábado.

Teve gente falando em 100 mil pessoas presentes na aglomeração final na Avenida 85. Acho exagerado. Mas isso é o que menos importa. O relevante de fato é que foi gente pra cacete. As imagens feitas de cima dos trios elétricos comprovam isso. O goianiense abraçou a festa e a entendeu como evento fundamental da agenda cultural da cidade. Isso não tem mais volta.

Nessa última edição, foi a terceira vez que fui ao Carnaval dos Amigos. Todas vezes a trabalho. Discotequei uma vez no Bloco Vem pra Roda e duas no Carnarock. Sempre incrível. O público quer diversão, a estrutura está pronta para isso. Todos ganham. Mesmo trabalhando nessas edições, nunca tive pique para acompanhar os trios e desfilar rua afora. Não tenho idade para isso. Na verdade, nunca tive. Eu já era velho antes mesmo de nascer.

Vi reclamações sobre a sujeira deixada nas ruas após a festa. Isso é um problema. Mas de difícil solução. Não há aglomeração humana no Brasil que não deixe para trás um mar de lixo. Pode ser jogo de futebol, show de rock, evento religioso, chegada do Papai Noel, cavalgada de Pecuária, competição de quadrilhas em Festa Junina, protesto do gado de camisa amarela, marcha da maconha ou carnaval de rua. O problema não é da festa, é da educação do nosso povo. O buraco é bem mais embaixo.

Agora é esperar pelos bloquinhos que, aos poucos, vão ganhando as ruas de Goiânia também durante o feriado de Carnaval. São Paulo ensinou para o Brasil que toda cidade pode ter sua festa carnavalesca e criar sua tradição. Estamos seguindo esses passos. E o Carnaval de nossa cidade vai ficando mais bonito a cada ano que passa. Parabéns a todos goianienses envolvidos.

 

Pablo Kossa é jornalista, produtor cultural e mestre em comunicação pela Universidade Federal de Goiás

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