Sem rodeios, sem dourar a pílula: estamos fodidos. Uns mais, outros menos. Muitos, completamente. Pouquíssimos vão se dar bem, tipo indústria que produz álcool em gel. Mas trata-se apenas de exceções que confirmam a regra. Não vem ao caso agora a intensidade, a real é que estamos todos fodidos.
E como sempre acontece nesses momentos de “fodeu geral” na história do mundo, os pobres se fodem muito mais. Os pequenos se fodem tanto que, na maioria das vezes, sucumbem.
Tendo consciência disso, nos cabe uma responsabilidade social enquanto consumidores. Tentar salvar os pequenos comerciantes é um imperativo moral.
Sei que vamos gastar menos enfurnados em casa 24 horas por dia, sete dias por semana. Mas precisamos de insumos para sobreviver. Logo, alguma coisa vamos gastar. Comida, remédio, combustível, ração dos animais de estimação e uma ou outra garrafa de bebida, pois não há sanidade possível sem ebriedade esporádica no nosso contexto social de hoje.
Nessas horas, é um dever recorrer aos pequenos comerciantes. Os grandões das multinacionais vão sofrer também (estamos todos fodidos, lembra-se?), mas eles têm mais gordura para queimar nesse corredor polonês que estamos enfrentando. Vão ter perrengues, mas não vão quebrar. O mesmo não podemos falar dos comércios de bairro.
Quando sair para buscar o almoço, opte pela marmita do self-service que fica perto da sua casa. Quando bater a larica noturna, peça da pizzaria pequena. Quando quiser um sanduba, opte pelo pit dog da praça do seu bairro. Se quiser um burguer daqueles robustos, lembre-se da sanduicheria de seu brother.
Para dar um tapa no visual, a barbearia de rua está aberta. Para fazer atividades infantis com a molecada, a papelaria do bairro é a alternativa. Se seu plano é começar atividades manuais, vá no armarinho da tiazinha que está desesperada para pagar o aluguel da salinha comercial onde funciona seu comércio.
Para comprar a carne do churrasco do domingo, vá ao tradicional açougue de tiozinho. Bateu vontade de pão de queijo, a padaria de administração familiar está precisando de seus reais. Acabou a comida do cachorrinho, compre a ração no pet shop do seu setor. Na hora de encher a cara, afinal, ninguém é de ferro, peça da sua balada preferida que está obrigatoriamente fechada.
A maioria desses comércios organizou serviços improvisados de delivery para tentar sobreviver. Use e abuse. Nos dias de hoje não é recomendável ficar circulando por aí.
Vamos tentar salvar os pequenos negócios, vamos construir nossas redes de solidariedade também no consumo responsável.
Se organizar direitinho, não sei se todo mundo transa, mas ao menos a gente sobrevive à essa pandemia.
Pablo aqui na minha rua passa o carro do leite…o carro do ovo…o carro do milho e é claro o da pamonha… estou aguardando novos produtos nessa modalidade…
Vamos ver se esses pequenos vão conseguir continuar trabalhando, né? abs, meu velho.