Existe a chance real que eu passe alguns dias enfurnado em minha casa. Não só eu, nobre leitor. É provável que você também. Assim como meu pai, sua mãe, sua tia. O filho, o neto e o irmão. O primo do bisneto da sobrinha. E até o cachorrinho de estimação. Além da banda Porcas Borboletas, meus talentosos amigos de Uberlândia, que aqui cito e que também vão passar pela quarentena do coronavírus. Todo mundo está pensando em covid-19.
Urge o Brasil tomar uma atitude. Precisa de coragem política para isso. O que não vemos pelos lados do Palácio do Planalto – nem coragem, nem política.
O mais prudente é adotar a solução chinesa. Fazer uma drástica restrição à circulação de pessoas, encarar as inevitáveis consequências econômicas de tal decisão e ficarmos prontos para o corredor polonês de 20 semanas estimado pelo competente ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.
Suspender as aulas é pouco. Além de socialmente irresponsável. Com quem as mães e os pais que precisam trabalhar vão deixar a molecada? Uma medida insuficiente que gera um transtorno macro. O que precisa ser feito é suspender o expediente de todas as atividades por determinado período.
Duas semanas talvez seja o recomendável. As famílias têm que ficar em casa. Circular o mínimo possível. Somente mercados, restaurantes que fazem entregas por aplicativos, farmácias e postos de saúde poderiam abrir as portas. Além de uma ou outra atividade que seja essencial para esse período de preocupação geral.
Se provavelmente vamos passar alguns dias trancafiados em casa, é melhor nos planejarmos para ter o que fazer. Arrumar o armário sempre é uma alternativa. Você vai tirar um saco enorme de lixo, toneladas de poeira e separar uma bela sacola de roupas que não usa há décadas para doação. Isso já está na listinha que preparei com coisas para fazer durante a quarentena (meu maldito TOC não me deixa em paz nem em momentos de preocupação com a saúde pública).
Colocar minha leitura em dia será um deleite. Terminar o Guerra e Paz que me acompanha há mais de ano e que a correria da vida não me deixa terminar está na pauta. Também pretendo dar uma adiantada nas séries que acompanho e que vão ficando para trás por conta da agenda excessiva de trabalho.
Agora, ao principal: lave as mãos a todo momento, o álcool em gel é seu melhor amigo, siga as recomendações das autoridades médicas caso apresente sintomas. Se formos prudentes, a crise do coronavírus passará mais rápido do que a gente espera. E o melhor, com menos consequências graves.
