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Quem vai salvar a renda das famílias?

24 de março de 2020 Nenhum Comentário

Entramos numa espiral maldita que só nos afunda: temos uma pandemia mundial, precisamos parar com as atividades comerciais para diminuir o avanço do coronavírus, as pessoas em casa não trabalham e não geram renda, sem renda não consomem, não consumindo passam necessidades, com as necessidades vem o desespero, pessoas em desespero estão propensas a promover uma convulsão social para garantir a própria subsistência.

Situação para lá de complicada. E somente lideranças maiúsculas dão conta de um desafio assim. E que baita desafio, meu amigo.

Quando olhamos para quem está à frente do Executivo em Brasília, nem com muita generosidade é possível enxergar alguém próximo de Winston Churchill. Quem seria a figura histórica mais apropriada para compararmos com o presidente, deixo por sua conta, nobre leitor. Por favor, só pessoas. Evite palavras de baixo calão, caso seja possível.

Bolsonaro e Guedes estão mais perdidos que bêbados no final de festa open bar. O que aconteceu em relação à MP 297 é prova cabal disso. Em que momento eles acharam que seria razoável deixar os trabalhadores em casa por até quatro meses sem salário? As famílias iriam custear suas necessidades básicas de que maneira? Zero de sensibilidade social, zero de pensamento prático, zero de compreensão do momento histórico peculiar e dramático que vivemos.

O mínimo aceitável é o estabelecimento de uma renda mínima universal. A dívida pública vai aumentar, é claro. Mas é preciso ter gente viva para pagar dívidas. Todos os boletos pagos com as pessoas todas enterradas não adianta muita coisa, né?

As pequenas e médias empresas precisam de linhas de crédito com zero de juros, carência de seis meses e políticas de anistia de impostos. Novamente, a dívida pública vai crescer. Mas, com quebradeira generalizada, não existe retomada econômica. Se não mais existem empresas, não mais existem empregos.

O receituário de Guedes é incompatível para o que vivemos. Ajuste fiscal não existe em tempos de economia de guerra. Menos Mises e mais Keynes, mister Chicago boy. Ou troca-se a prática no Ministério da Economia ou troca-se o ministro. Simples assim.

Agora, cá entre nós, você acha mesmo que Bolsonaro tem capacidade cognitiva suficiente para entender o atoleiro que a humanidade está enfiada? Só na fé para responder que sim.

Que hora para ter alguém tão despreparado na Presidência, meu Deus…

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