Enquanto ao redor do mundo alguns campeonatos de futebol retornam aos poucos à normalidade, no Brasil, mais precisamente no estado de Goiás, ainda se discute a possível volta aos treinos. O governador do estado, Ronaldo Caiado já se mostrou avesso ao projeto de flexibilização das medidas restritivas ao futebol: “Nada será flexibilizado. Pelo contrário, nós teremos medidas muito mais restritivas. Não existe nenhuma flexibilização prevista para as próximas duas semanas “ afirmou o Governador à Rádio Sagres no dia 12/05.
No entanto, agora que já chegamos ao mês de junho os dirigentes dos times esperam se reunir com o Governador do Estado, membros da Assembleia Legislativa de Goiás e da Câmara Municipal de Goiânia, e convencê-los a permitir o retorno dos treinamentos. “Precisamos do aval do governador. O pedido formal já foi feito e na semana que vem ele estará sentado conosco para definir essa data. O nosso pedido é que seja 1º de junho. Aí vai ficar a cargo de cada clube se volta ou não”, disse Vinicius Cirqueira, vice-presidente do Vila Nova, no programa Toque de Primeira.
Já o campeonato estadual goiano ainda não tem previsão de retorno. O torneio foi paralisado faltando apenas 2 rodadas para a conclusão da sua 1º etapa. Times como o Goiás, Jaraguá e Atlético-Go já tinham garantido suas vagas nas quartas de final. CRAC, Vila Nova, Aparecidense, Goianésia e Anápolis, compõem o grupo dos 8 melhores colocados da competição.
Situação dos Clubes do Campeonato Brasileiro
Apesar do cenário nada favorável, algumas equipes mantém o pensamento positivo e apostam no engajamento de torcedores ao sistema de “sócio-torcedor” para manter as contas em dia, além de buscarem maneiras de atrair novos patrocinadores para investir nos times. Muitas equipes também vêm faturando em suas lojas digitais, e há um site especializado em analisar serviços online que garante segurança nas transações financeiras ocorridas em lojas desse tipo. O Botafogo e o Atlético Mineiro são destaques nesse sentido. No entanto, há aqueles clubes que já não vinham muito bem financeiramente desde antes da crise.
O Flamengo por exemplo, apesar de ter ganhado muitos títulos em 2019 e, consequentemente, ter faturado milhões, vem contando com uma das folhas de pagamento de jogadores mais cara do Brasil e já demitiu 60 funcionários. Além disso, o time ainda vive o dilema da renovação de contrato com o técnico Jorge de Jesus, e a diretoria corre atrás de medidas para evitar uma desorganização da equipe. Já o Cruzeiro, que foi rebaixado em 2019, vive um momento ainda mais delicado: o clube anda fazendo diversas campanhas com seus parceiros nas redes sociais para minimizar os impactos financeiros da crise.
Goiás E.C.
O time com maior renome do estado procura medidas para garantir a manutenção da boa forma física dos seus jogadores. Diferente de muitos outros times do Brasileirão, o Goiás E.C. decidiu não alongar a licença coletiva dos seus atletas, e colocou o seu plantel para trabalhar em home office sob supervisão da comissão técnica. A diretoria do clube espera que seja provável o retorno dos atletas ao Centro de Treinamento o mais breve possível e, para garantir a segurança dos jogadores, os gestores traçam planos para possibilitar os treinos.
Segundo Túlio Lustosa, os jogadores serão separados e apenas 4 atletas estarão no campo de treinamento por vez, além de treinarem em horários diferentes. “Eles vão ser divididos, o campo estará dividido em quadrante e cada atleta vai respeitar este distanciamento. Não haverá trabalho coletivo. Quando a gente sentir segurança em poder fazer os treinos normais, vamos fazer”, afirmou Túlio à TV oficial do Goiás.